Sucesso atual da TV brasileira, a novela “Avenida Brasil”, trama do
horário nobre da Rede Globo, tem chamado atenção do público pelos
diferentes tipos de personagens femininos. Da “ariranha” devoradora de
homens Suelen (Ísis Valverde) a recatada interiorana Tessália (Debora
Nascimento), a postura destas mulheres perante o amor e o sexo retratam a
variedade de comportamentos da vida real. A seguir você confere os
perfis de seis personagens e a opinião de especialistas sobre elas.
Suelen (Ísis Valverde)
20 e poucos anos
20 e poucos anos
Perfil: Jovem de origem humilde e sem um rumo profissional
definido, Suelen se encaixa perfeitamente no estereótipo da “maria
chuteira”. Seu grande objetivo de vida é se casar com um jogador de
futebol rico.
É a figura mais despudorada da novela, com a sexualidade
ocupando uma posição central em sua vida. Já disse em alto e bom som:
“Eu não vejo graça em ser santinha do pau oco”. Faz sexo com quem bem
entende, sem se preocupar com os comentários. Essa postura é amada pelos
homens, mas odiada por suas mães e namoradas, que chamam a moça de
“ariranha” – uma gíria que denomina mulheres vulgares e perigosas.
“Ainda existe preconceito com a mulher que demonstra que gosta de sexo. Ela pode até gostar, mas não 'deve' verbalizar isso”, analisa a psicanalista, escritora e colunista do Delas, Regina Navarro Lins, dando uma pista sobre o motivo das reações que Suelen desperta.
“Ainda existe preconceito com a mulher que demonstra que gosta de sexo. Ela pode até gostar, mas não 'deve' verbalizar isso”, analisa a psicanalista, escritora e colunista do Delas, Regina Navarro Lins, dando uma pista sobre o motivo das reações que Suelen desperta.
De acordo com Mirian Goldemberg, antropóloga e professora
da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o sexo para Suelen vai além
do prazer, e esse aspecto não deve ser confundido com liberdade sexual.
“Ela não faz sexo só quando deseja, mas também quando quer ter algum
ganho material dos homens”, aponta.
Carminha (Adriana Esteves)
40 e poucos anos
40 e poucos anos
Perfil: Grande vilã da novela, é capaz de
tudo para se dar bem na vida. Trai o marido com o mesmo amante com quem
já se encontrava antes mesmo do casamento.
A vida afetiva não parece ser a grande prioridade de
Carminha. Na verdade, ela mostra muito mais prazer quando está
executando suas tramoias do que quando está fazendo sexo. “Muitas
pessoas investem o seu desejo e tesão na obtenção de dinheiro e poder.
Isso as satisfaz. Neste sentido, a sexualidade pode ficar em segundo
plano”, diz Regina, tentando entender o comportamento da personagem.
O sexo com o marido Tufão (Murilo Benício) não é dos mais
animados, mas com o amante Max (Marcello Novaes), as coisas ficam
quentes, sempre numa pegada mais agressiva, com ela no comando. Nesta
última relação, Regina explica que Carminha inverte os papeis tidos como
tradicionais, numa dissolução do que é masculino e feminino.
Muricy (Eliane Giardini)
50 e poucos anos
50 e poucos anos
Perfil: Após um casamento de muitos anos,
Muricy foi trocada por uma mulher mais jovem. Envolveu-se com um homem
mais novo. A princípio seus filhos não aprovaram o relacionamento, mas
ela insiste: “seu pai arranjou uma jovenzinha, eu vou querer um
jovenzinho também”.
A aceitação de um relacionamento entre mulher mais velha e
homem mais novo é recente. “Eu acho que as pessoas estão buscando o
prazer e a felicidade independentemente da idade do parceiro. E não é
uma questão de golpe do baú, como se costumava pensar”, diz Thiago de
Almeida, psicólogo especializado no tratamento das dificuldades do
relacionamento amoroso. Mirian concorda, e chama a atenção para o tipo
de relação que Muricy e Adauto (Juliano Cazarré) têm: “Ela, que tem mais
experiência de vida, ensina muitas coisas ao Adauto, que é mais jovem.
Hoje em dia vemos muitos casais assim”.
O fato das mulheres mais velhas serem mais compreensivas
também atrai os homens mais jovens, cansados do excesso de cobranças e
demandas. “Quando converso com homens que se relacionam com mulheres
mais maduras, eles sempre dizem admiram muito esta tranquilidade”, conta
Mirian.
Monalisa (Heloisa Périssé)
40 e poucos anos
40 e poucos anos
Perfil: Empresária bem-sucedida
profissionalmente, ela dá valor a sua independência e gosta de tomar
sozinha todas as decisões. Adora a solteirice, mas também gosta do
namorado, e de sexo.
Depois de sofrer uma desilusão amorosa, acreditando
erroneamente que o noivo a traia, Monalisa ficou mais cética quanto ao
amor. Tem um namorado de muitos anos, mas resiste em oficializar a
união, temendo perder a sua liberdade. “Quem manda no meu controle
remoto sou eu”, brinca a personagem. “Muitas mulheres pensam desta
maneira atualmente. Não é que elas não amem e desejem o parceiro, elas
só não querem que a intimidade de viver junto corroa a relação”, pontua
Mirian.
“Compartilhar o mesmo espaço nem sempre é muito fácil.
Dividir o mesmo banheiro, por exemplo, é complicado. Para muitas
pessoas, as relações funcionam mais quando cada um fica na sua casa”,
conclui a antropóloga.
Tessália (Débora Nascimento)
20 e poucos anos
20 e poucos anos
Perfil: Moça do interior vítima de um
namorado ciumento, Tessália foi viver na capital. Acaba se apaixonando
por Leleco (Marcos Caruso), um homem maduro e muito mais velho que ela.
Ele deixa a mulher para ficar com a jovem, mas sente-se inseguro o tempo
todo e faz cenas de ciúme.
Almeida chama a atenção para a repetição da situação de
ciúme nos relacionamentos de Tessália. “A beleza pode ser uma benção,
mas para quem se relaciona com uma pessoa muito bonita, é uma ameaça. Em
vez de o parceiro ficar feliz e tranquilo porque uma mulher tão bonita o
escolheu, ele fica com medo de que outro possa vir e ‘roubar’ o seu
amor”.
Mas Almeida alerta: “As pessoas muito bonitas às vezes são
subestimadas: tendemos a achar que alguém pode tirar proveito delas,
como se não fossem espertas e independentes como os outros”. Ao que
parece, Tessália não é a mocinha interiorana bem comportada e fiel que
todos pensam... Melhor Leleco ficar com os olhos bem abertos mesmo.
Débora (Nathalia Dill)
20 e poucos anos
20 e poucos anos
Perfil: É uma talentosa acrobata. De família
rica, não aceitou a grande oportunidade de trabalhar em outro país para
ficar ao lado de seu namorado, o problemático Jorginho (Cauã Reymond).
Quando foi trocada por outra, não se conformou, insistiu e,
segundo ela mesma, “se humilhou” na tentativa de reconquistar o seu
amor. Quando Jorginho foi deixado, ela foi atrás e reatou o
relacionamento. Débora parece aceitar ser a segunda no coração de seu
amado, o importante é estar ao seu lado.
Segundo Almeida, Débora sofre de falta de assertividade,
que é a capacidade da pessoa se colocar para o mundo. Existem dois tipos
de personalidade não assertiva: a passiva e a agressiva. Débora é
passiva, desiste de seus sonhos por outras pessoas, se intimida perante
os outros, não sabe expressar sua vontade. A falta desta habilidade
social pode levá-la a perder oportunidades, tanto no trabalho quanto com
a família ou no amor.
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